segunda-feira, 4 de junho de 2012

LIVROS - FICÇÃO


DIVIRTA-CE RECOMENDA   
"LUNA CALIENTE" ENFEITIÇA COM PRAZER E LOUCURA

Sexo selvagem , crimes e violência política na ditadura argentina, em romance que foi filmado na Europa e transformado em minissérie pela Rede Globo 

Se apenas um segundo pode pôr tudo a perder na vida de qualquer pessoa, o que dizer, então, de três noites de tórrido calor e entremeadas de sexo e violência?  Uma violência que não era para acontecer, mas que, por linhas tortas, acaba acontecendo? Esta é a história de Ramiro, um argentino recém-chegado da França, onde acabara de cursar Direito. Tudo começa quando ele vai visitar um velho amigo do pai e fica enfeitiçado pela filha dele, Araceli. Um detalhe: a garota tem apenas 13 anos; ele, 32. Há uma explosão de sexualidade e a partir daí as coisas começam a sair de controle.

Este é o enredo de Luna caliente, do consagrado escritor argentino Mempo Giardinelli. Em dezembro de 1999, a Rede Globo transformou o romance em três capítulos de 53 minutos cada, com direção do premiado Jorge Furtado e  Paulo Betti como ator principal. O pano de fundo é a repressão ao comunismo na Argentina, como de resto na América Latina. Algumas vidas estão se desagregando, enquanto a sociedade sofre violência ainda maior – toda a moral havia desmoronado e isso era pior do que ser um assassino.

Ramiro é “um homem de bem” enveredando por caminhos obscuros, o que torna suas atitudes ainda mais dramáticas. O personagem tenta entender como conseguira arruinar a própria vida em três noites de tórrido calor. Um calor que vem de dentro dele mesmo, vem do Sol, vem da Luna caliente e tropical, do sexo selvagem. De repente, ele se sente perdido, num caminho sem volta. Atire a primeira pedra quem acha que não pode vir a se meter numa encrenca das grossas. Principalmente quando a sociedade está doente. Muitos homens moram dentro de cada homem e é muito fácil se perder. Orai e vigia, diz a religião. Para não cair em tentação.

O contraponto político torna o drama de Ramiro ainda mais contundente. E ele não sabia que estava preparado para enfrentar o que der e vier, chegando ao ponto de pensar: “Jamais imaginara que um homem, ao tornar-se involuntariamente um assassino, pudesse, de repente, vencer tantas dificuldades e ser tão frio e inescrupuloso”. Um homem no limite é capaz de tudo, diz o escritor, e Ramiro havia chegado ao limite.

E o prazer eclode entre vida e morte, num clima intempestivo: “Seu púbis estava molhado. Abriu as pernas e Ramiro a penetrou com um ronco animal, dizendo seu nome, Araceli, Araceli, meu Deus, vais me enlouquecer. Abraçados, fundidos como cobre e níquel, golpearam-se bestialmente e com carícias brutais”.

Calor intenso de dezembro de 1977, verão sufocante, repressão, explosão de emoções. A Lua manda lá de cima seus raios “abrasadores”, transformando Ramiro num lobisomem de terno e gravata. Individual e coletivo se fundem. A situação fica tão caótica que o leitor sente vontade de interferir e colocar ordem na casa. Mas não se espante o desavisado, porque cada um de nós corre o mesmo perigo – somos muitos dentro de um só e é fácil se perder no calor da vida.

Sobre o autor

O escritor e jornalista Mempo Giardinelli nasceu na cidade de Resistencia em 1947, província de Chaco, Argentina. Viveu em Buenos Aires entre 1969 e 1976, exilando-se no México entre 1976 e 1984, durante a ditadura Argentina. Ao regressar, fundou e dirigiu a revista Puro Cuento (1986-1992). Entre 1993 e 2000 radicou-se em Paso de La Pátria, na província de Corrientes. Desde 2001, reside em sua cidade natal.

Em 1993, Mempo ganhou o Premio Rômulo Gallegos. Em 2007, conquistou o Pregonero de Honor. Também recebeu o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Poitiers, na França, em 2007, e outras importantes distinções literárias na América Latina e Europa, mas nenhum prêmio na Argentina. Por que será? Basta ler os seus livros para saber.

Publicou, entre outras obras, El castigo de Dios; O céu em minhas mãos e Impossível equilíbrio. É autor de mais de trinta livros, entre romances, contos, ensaios e literatura infanto-juvenil, além de organizar várias antologias. Escreve regularmente em jornais e revistas da Argentina e de outros países. Sua obra já foi traduzida para mais de vinte idiomas.

Em 1996, Mempo doou a sua biblioteca pessoal de dez mil volumes à criação de uma fundação com sede em Chaco. Hoje a fundação sustenta diversos programas culturais, educativos e solidários (www.fundamgiardinelli.org.ar).








Obra do autor de "Clube da Luta", Chuck Palahniuk, de volta nas livrarias

BEST-SELLER ESGOTADO NO BRASIL "SOBREVIVENTE" RETORNA ÀS PRATELEIRAS PELA EDITORA LEYA

Talvez isso esteja funcionando. Não sei. Não sei nem se você consegue me ouvir. Mas se você consegue me ouvir, preste atenção. E se estiver prestando atenção, então o que você encontrou é a história de tudo que deu errado. Este é o chamado gravador de dados de voo pertencente ao voo 2039. O que você encontrou é a história do que aconteceu. Vá em frente.

Tender Branson poderia ser um cidadão comum, vivendo uma vida mediana, casado, pai de dois filhos, morando numa casa de cerca branca. Poderia ser apenas mais um, mas escolheu sequestrar um avião com destino à Austrália para se suicidar.

Chegou nas livrarias em maio, pela editora LeYa, “Sobrevivente” de Chuck Palahniuk, conhecido mundialmente pelo best-seller “Clube da Luta”.  A obra é a trajetória de vida e morte de um fanático religioso, narrada em contagem regressiva: de seu fim desastroso até os dias de infância vivida no distrito da Igreja do Credo, isolado do mundo real.

Mas antes de tudo, que fique bem claro, Tender não é um assassino. Ele sequestrou sim o voo 2039 com destino a Sidney, mas desembarcou todos os passageiros no caminho em troca de alguns paraquedas e garrafas de gim-tônica e deixou o piloto saltar de paraquedas depois de decolar. Ele queria apenas morrer sozinho, mas antes, precisava contar a sua história. Ele teria cerca de 7 horas de combustível para isso.

Criado numa fazenda da Igreja do Credo, um culto religioso que vivia isolado da sociedade, Tender foi educado para ser um empregado doméstico exemplar. Ao completar 17 anos ele poderia sair da comunidade e viver na cidade, desde que enviasse seu pagamento para manter funcionando o sistema em que foi criado.

Mas após uma denúncia ao FBI e a convocação de um suicídio em massa, Tender se torna o único sobrevivente dessa seita e acaba despertando os holofotes sobre sua vida. Mas será que esse homem excêntrico, que alimenta seu peixinho dourado com Valium e dá conselhos para pessoas desesperadas em uma linha de apoio – do tipo que você não espera receber, afinal, para Tender, as pessoas querem morrer, só precisam da sua permissão – sabe lidar com a superexposição?

Audacioso e crítico, Chuck Palahniuk descreve mais um personagem bizarro e excêntrico que vai contra tudo o que se pensa sobre a sociedade dita normal, critica o fundamentalismo religioso e a influência do consumismo na construção do caráter. Um thriller que faz o sangue ferver e a respiração acelerar a cada turbina que entra em pane.

Sobre o autor
Os livros de Chuck Palahniuk são Diário, Cantiga de ninar, Clube da luta (que se tornou filme nas mãos do diretor David Fincher), Sobrevivente, Monstros invisíveis, No sufoco, Assombro, Rant, Snuff, entre outros. Virou, após Clube da luta, um fenômeno cultuado e atende muitos de seus fãs pelo site The Cult: chuckpalahniuk.net. Ele mora no estado de Washington.

Ficha Técnica

Título: Sobrevivente
Autor: Chuck Palahniuk
Formato: 14x21cm
Nº de páginas: 360
Preço: R$ 39,90

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