quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ENTREVISTAS

Mistura de países e culturas dá o tom de "Made in China"

Regina Casé respondeu as perguntas do DIVIRTA-CE sobre seu novo filme, em cartaz nos cinemas, e o sucesso do programa "Esquenta!" da Rede Globo


Uma vendedora de produtos para o lar começa a investigar o porquê de os chineses venderem mercadorias mais baratas do que o árabes, que dominam o comércio local no Rio de Janeiro. Essa mistura de nações e culturas dão o tom da comédia "Made In China", protagonizada por Regina Casé, em cartaz nos cinemas.Na história, Francis (Regina Casé) é vendedora na Casa São Jorge, que pertence ao árabe Seu Nazir (Otávio Augusto), e tenta ajudar o patrão a não perder sua clientela para a Casa do Dragão, recém-aberta pelo chinês Chao (Tony Lee). Com o apoio da colega de trabalho e fiel escudeira Andressa (Juliana Alves) e de Carlos Eduardo (Xande de Pilares), seu namorado, Francis investiga a concorrência e tenta desvendar por que as mercadorias chinesas são as mais baratas da Saara.
A apresentadora do "Esquenta!" volta ao cinema 14 anos depois de "Eu Tu Eles", de Andrucha Waddington. Regina emendou a filmagem de Made in China com a do novo longa de Anna Muylaert, mas Que Horas Ela Volta? ficou para o ano que vem.
Como comédia, "Made in China" faz rir, mas do meio para o final a história perde seu rumo - e a graça também se perde. A mesma piada é repetida três ou quatro vezes. Mas o argumento não apenas é original, mostrando a economia globalizada, como o filme foi quase todo feito em estúdio, reproduzindo a Saara carioca. Seria complicado filmar num local tão movimentado.
A atriz Regina Casé respondeu as perguntas enviadas pelo editor de cultura do Jornal O Estado, Felipe Palhano. Leia a entrevista.

DIVIRTA-CE- Você começou a fazer cinema nos anos 70, com Cacá Diegues, e depois de protagonizar "Eu, Tu, Eles", com incrível sucesso de bilheteria, fez mais algumas participações em outros filmes, e volta agora como personagem principal de "Made in China". Nessa produção, você faz uma vendedora do Saara, no centro comercial e popular do Rio de Janeiro. Como surgiu a ideia do filme, que é dirigido por seu marido, Estevão Ciavatta, e como encarou fazer a Francis, que segundo você afirmou em outras entrevistas, trata-se de uma retrospectiva de outros personagens seus? 
REGINA CASÉ - A ideia de fazer um filme sobre o Saara foi do Estevão, diretor e roteirista do filme. Nós frequentamos a região e conhecemos o local há muito tempo. A boa relação entre árabes e judeus acabou despertando o interesse do Estevão que, durante as pesquisas, descobriu que a grande novidade era a chegada dos chineses ao comércio popular e sua relação com a concorrência. A Francis tem uma personalidade forte, uma verdadeira guerreira. Eu vou à Saara há muitos anos e admiro aquelas vendedoras que passam horas no ônibus para chegar ao trabalho e sempre conseguem estar animadas. O Estevão pediu para eu pegar as personagens que convivi e colocar na mesma receita. Francis é uma mulher independente, cria os filhos sozinha e não recebe ajuda. Mesmo assim sempre arruma um jeito de aproveitar a vida, ir ao samba, se divertir. Foi muito gostoso fazer o personagem.

DIVIRTA-CE- A televisão ocupa grande parte da carreira, e no momento você vive um sucesso absoluto de audiência do dominical "Esquenta". Como é a rotina de criação desse programa que engloba os temas mais diversos e os artistas mais variados, e consegue ser inteligente, alegre e popular ao mesmo tempo, agradando a todas as classes sociais?
REGINA CASÉ - Antes de tudo obrigada pelos elogios. Fazemos esse programa com muito carinho. Todos nós amamos estar lá. O Esquenta! tem uma fantástica equipe de criação com vários profissionais envolvidos no projeto. São realizadas reuniões semanais para decidir as atrações de cada programa.

DIVIRTA-CE- Além do "Esquenta", você já participou de programas históricos como "TV Pirata" e "Programa Legal". Quais os trabalhos mais difíceis e que te dão mais orgulho de ter feito na sua carreira na televisão? E no cinema? Qual dos trabalhos artísticos te dá mais prazer em realizar?
REGINA CASÉ - Estava com muita saudade de fazer cinema. Eu junto com Guel Arraes, Hermano Viana e muitos outros companheiros de vida, temos realmente uma história muito bonita na TV e no Cinema. Mesmo os momentos mais difíceis foram incríveis e hoje lembramos deles com orgulho.

DIVIRTA-CE- Você começou no teatro aos 15 anos, fez parte do lendário grupo Asdrubal, trouxe o Trombone, e sua última temporada nos palcos foi com "Nardja Zulpério", nos anos 90. Tem planos de voltar a fazer teatro?
REGINA CASÉ -Tomara que eu consiga voltar aos palcos em 2015. O cinema, que parecia impossível, consegui uma brecha e fiz dois filmes em 2014. Quem sabe 2015 não seja o ano do Teatro?

DIVIRTA-CE- Você tem outros trabalhos marcantes com seu marido Estevão Ciavatta, como os premiados “Brasil Legal”, "Central da Periferia” e “Um Pé De Quê?”, este último um programa sobre a história das árvores e suas influências na cultura e na vida dos brasileiros. Qual o lado bom e ruim de se trabalhar com o principal parceiro e quais situações inusitadas e inesquecíveis vocês já passaram em alguns desses trabalhos?
REGINA CASÉ -Primeiro trabalhamos juntos e depois nos casamos. São 18 anos de parceria. Acho que hoje em dia um já advinha o que o outro está pensando.


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